Ao céu escurecido e nebuloso,
Refletido e mimetizado no asfalto,
À transmutação da inveja mortal,
À cópia do que contém no infinito!
À população egoísta a caminhar,
Olhando para as brumas, pasmada...
Igual ao olhar de um cego: eternizado,
Observando a tampa encardida...
-Querendo desvendar a ira apocalíptica do dia!
À melancolia que toma conta de todos,
Aos velhos deprimidos e imóveis
Em velhas nostalgias de cadeiras inclináveis,
Como que prevendo algo trágico
Danando seus herdeiros, companheiros e amados!
Eu adoro esses dias, essas cinzas!
Eles envolvem-se em instintos vagabundos,
Minha alma fica mais intensa,
Como se eu tomasse uma dose de adrenalina
E a euforia consumisse meu ser com o soturno!
Luíz Carlos de Almeida
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