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segunda-feira, 26 de abril de 2010

Loucura

Quando o pessimismo se apossa
Do corpo e da alma humana
E ao psicológico avança alucinadamente,
As cores de rosas e brancas,
As músicas de calmas e brandas
Transformam-se distorções insanas
Que planam no ar livremente.

O olhar pelo teto se perde,
Ao longe viaja nervoso,
No chão imundo e fusco
Alegoricamente o corpo se contorce,
Blasfêmias em línguas sem vozes
Flutuam turvas sinistramente,
Ficando simbolicamente
Na memória de quem visiona tal sena
Para que sempre com medo relembre
Do episódio turvo e tosco.

Ao vê-se pela abobada pender,
O corpo estendido num abismo,
A visão de um abismo sinistro,
De queda infinita e extrema,
As lacunas se abrindo em fendas
Furiosas e insaciáveis
Querendo engolir seu cadáver,
-Antes o mais satânico e louco...

E quem poderá compreendê-lo? Só um!
Mas ninguém lhe dará ouvidos
Por ser como o último, louco,
Numa terra em que todo o povo
De pensamentos densos e flutuantes
Viajam pelos mundos distantes,
E que jamais serão conhecidos.

Luíz Carlos de Almeida

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