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domingo, 25 de abril de 2010

Solidão

Nada, além da solidão,
Deixa o homem tão pensativo
Ao ponto de torná-lo sábio.

...

Aos inseridos nas trevas,
Solitários e amargos,
Ergam uma taça de vinho comemorando suas dores,
E riam como hienas das suas lágrimas e clamores,
Pois todos nós somos usurpadores
De tudo quanto é desgraça.

Como é bonito ver e ao mesmo tempo odiar
Quem vai pelas ruas a sorrir,
Com uma vida amarga e dura,
Passeiam atuando calma,
Vomitando um ar sem culpa,
Tentando um mundo colorido
Longe de ódio e desgraça.

Mas os que planejam chacinas,
Os que no obscuro caminham,
Os que as trevas consomem
Lentamente no fogo infernal,
Aos psicopatas soturnos
Que convivem com a loucura,
Ergamos uma taça de vinho
Para comemorar todo mal!

E como a solidão é a única a desvendar as lacunas
Do negro abismo satânico
De ritos e sonoridade aguçada,
De cores frias e amargas
Tiradas de corpos languentes,
Ela contempla nosso quadro demente
E zomba de nossas desgraças!

Luíz Carlos de Almeida

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