Corram, percorram, transbordem,
Contornem os espaços vazios,
Vazios de ódio e amor,
De volúpia e esperança vã!
Corram buscando o poço,
Procurado um esboço sem cor
Em um quadro ornado por vácuo!
Percorram a circunferência
Do tédio em linha esguia,
Do vago tablado sem alegria
Que preenche nosso crânio fecundo.
Percorram as flores largadas
Nas bancas pela chuva molhadas
E que ficam, por isso, inchadas.
Transborde vosso ócio em mim
Para tornar-me mai pensativo,
Quem sabe um pouco assinalado
Ao comparando com os “antigos Virgílios”!
Transborde o néctar sagrado
Que nos torna diferentes, elevados
Perante o povo que passa!
Luíz Carlos de Almeida
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