Não sei se és feia ou bonita,
Segundo as regras da arte;
Sei, sim, que gosto de ver-te,
Que gosto até de estudar-te.
Nas faces sedosas tuas
Não brilha o rubor das rosas,
Retinge-as a palidez
Das compleições biliosas.
Estranhas cintilações
Mordentes, frias, geladas
Tens nos olhos baços, vítreos,
Azuis, da cor das espadas.
Teu lábio, sempre agitado
De leve tremor nervoso
Parece ressumar sangue
Com sede infrene de gozo.
Contorce-te as mãos pequenas
Espasmo fabricitante
Tem não sei quê de felino
Teu breve corpo ondulante...
Queres então que eu te diga
Meu sentir quando te vejo ?
Amor não te tenho não;
Porém morde-me o desejo.
Texto retirado do livro "A Carne", de Júlio Ribeiro
Boas lembranças, não é conhecidos messienses e viventes da Casa do Estudande de Mossoró
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