Pesquisar

quarta-feira, 5 de maio de 2010

À Que Muito Pacata

Em casebres obscuros e tingidos de fumaça,
Velhos amaldiçoam com alquimias negras,
Apertando laços que prendem consciência e beleza
De cidades que acreditam em tudo quanto é desgraça.

Os populares privados dos avanços da ciência,
E limitados pela cultura do negro mundo medieval,
Não conhecem a virtude e riem da opulência
Que pessoas viajadas trazem as suas terras natais.

“Conviva, pobre poeta, com civis tão elevados
De preconceito adquirido de antigos antepassados,
Agüentai todo alvoroço e murmurinhos das sentadas
Que ferem com suas línguas o padre e a devassa!”

“Acostumei-me já com isso, e não é pouco!
A vida libertina é solo fértil para críticas,
 Contemplarei ainda mais os prazeres desta vida
Para quando morrer se reverenciado pelo povo:

Bem sabes que o banal e o pecador
É quando morto um herói sepultado,
Que os puros e bons sempre sofrem um bocado,
Não aproveitam a vida e, o pranto, é ignorado!”

O vapor de uma vida pacata faz chover ignorância,
Regando com suas tradições vidas a se formar,
Os jovens que nelas moram crescem sem esperança
E sem desconfiança seus pés grotescos vão beijar!

Apesar de tudo isso, voltamos a esses ninhos,
 A lembrança subjuga suas mesquinharias,
Quem fugiu deles procurando ares mais frescos,
Voltam para descansarem os ossos em seus leitos.

“não seja esperançoso, medíocre homem condenado!
 Não terás o privilégio de embernar em canto calmo!
Sei que gostas do lugar, apesar de ser “beateiro”,
A indigência terá teu corpo, lá jazerá teu esqueleto!”

Luíz Carlos de Almeida

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails