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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O CONVITE À VIAGEM

Minha doce irmã,
     Pensa na manhã
Em que iremos, numa viagem,
     Amar a valer,
     Amar e morrer
No país que é a tua imagem!
     Os sóis orvalhados
     Desses céus nublados
Para mim guardam o encanto
     Misterioso e cruel
     Desse olhar infiel
Brilhando através do pranto.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

     Os móveis polidos,
     Pelos tempos idos,
Decorariam o ambiente;
     As mais raras flores
     Misturando odores
A um âmbar fluido e envolvente,

     Tetos inauditos,
     Cristais infinitos,
Toda uma pompa oriental,
     Tudo aí à alma
     Falaria em calma
Seu doce idioma natal.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.

     Vê sobre os canais
     Dormir junto aos cais
Barcos de humor vagabundo;
     É para atender
     Teu menor prazer
Que eles vêm do fim do mundo.
     — Os sangüíneos poentes
     Banham as vertentes,
Os canis, toda a cidade,
     E em seu ouro os tece;
     O mundo adormece
Na tépida luz que o invade.

Lá, tudo é paz e rigor,
Luxo, beleza e langor.



Charles Baudelaire

Um comentário:

  1. Ola Hion...talvez goste dessa texto

    Mente
    Sou apenas um vazio
    Uma experiencia inexistende
    Uma vida sem alma
    num corpo perdido em lamentatções

    Destino, Provas, Mal....

    Era tudo sabedoria imperfeita
    de uma realidade criada
    Sua mente viu o que quis
    E acreditou em mim

    Sou um fantasma
    uma imaginalção funebre
    um delirio da imaginação Aleia...

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